Como minha experiência com o primeiro e segundo volume da série Uma dobra no tempo não havia sido boa, eu comecei a ler Um planeta em seu giro veloz com um pé atrás. Achei que seria a mesma chatice das crianças e coisas loucas e difíceis de serem imaginadas, mas levei um tombo feio. O salto temporal neste livro é gigantesco, Meg não é mais uma criança, ela é uma adulta, está casada com Calvin e está grávida! Charles Wallace tem 15 anos e é o protagonista neste livro, ele sempre teve um pouco de destaque nos outros livros, mas acabava ficando meio de fora. A aventura é incrível e a evolução da autora é gritante!
Apesar de eu acreditar que os livros podem ser lidos separadamente, eis a sequência:
Apesar de Charles Wallace sempre ser citado nos outros livros e visto como um dos protagonista, sempre acontecia algo que o deixava meio de fora da trama e era Meg e Calvin que resolviam as coisas. Neste livro Meg ficou de suporte apenas observando pois ela não poderia ir, enquanto Calvin apareceu somente em uma ligação pois estava em uma conferência em Londres. Tudo estava bem, a Sra. O’Keefe, mãe de Calvin havia inesperadamente aceitado um convite para o jantar na casa dos Murry e ela nunca aceitava! Naquela mesma noite o pai de Meg recebe uma ligação do presidente dizendo que Branzillo irá começar uma guerra. E assim a Sra. O’Keefe se lembra de algo que sua avó dizia, algo muito importante e que Charles Wallace estava encarregado de salvar todos. A Sra. O’Keefe se lembra de uma runa que poderia fazer toda a diferença naquela hora sinistra:

Nesta hora sinistra O Céu em toda a sua força O sol em sua alvura A neve em sua brancura O fogo em sua potência feroz O relâmpago em usa ira veloz O vento na velocidade atroz O mar em sua profundez As rochas em sua ingremidez A terra em sua aridez Todos disponho eu

Entre mim e as forças das trevas


Charles entende que tem algo a fazer e vai até a rocha de observação que fica perto da sua casa, ali ele cita os dois primeiros versos da runa e um unicórnio chamado Gaudior aparece. Ele diz que Charles Wallace tem que voltar no tempo e achar um Pode-ter-sido – uma fenda, um ato que pode alterar o futuro. E assim, montando no unicórnio eles voam pelo vento e voltam ao passado, no mesmo Onde (a rocha), mas em um Quando (tempo) diferente. Ali havia um lago e um povoado. Charles tem que adentrar um garoto, ser o garoto enquanto o garoto continua a ser ele mesmo, dentro da mente do rapaz ele pode fazer pequenas influências e assim Charles começa a adentrar diferente indivíduos, indivíduos estes que sempre estavam relacionados com o garotinho e sua linhagem, a linhagem Maddox. Na segunda vez que Charles adentra, ele está dentro de Madoc, um homem de terras distantes e que iria se casar com Zyll, filha do primeiro rapazinho que Charles adentrou e que agora era um ancião. No entanto, o irmão de Madoc, Gwydyr, carrega as trevas em seu coração e aparece por lá querendo casar-se com Zyll. Ali Madoc tem uma visão, a visão de uma criança destruindo o mundo e depois uma outra visão com uma criança que seria a salvação, e recitando a runa que Charles sabia e de forma influenciada ele também acaba sabendo, Madoc consegue derrotar seu irmão que parte novamente para o povoado depois do lago que seria Gales (depois de muito tempo). Tudo está interligado, todas as gerações e em um momento tudo deu errado e é isso que Charles Wallace tem que concertar, achar um momento em que as gerações desandaram. E nisso tudo achar a ligação entre a Sra. O’keefe e o Branzillo.  Eu achei incrível como a autora interligou tudo e o livro não é nada chato! A história passa inúmeras mensagens mostrando que todos estamos interligados e que uma ação pode alterar toda a história, para o bem ou para o mal. Me senti envolvida com todos os personagens, mesmo passando pouco tempo com eles. Vamos das eras mais remotas até os tempos modernos. Os momentos são marcantes e terminei o livro rapidamente, parecia até que estava assistindo uma série de TV.

Um planeta em seu giro veloz tem algumas cenas bem divertidas e fantásticas. Me peguei rindo em diversas partes e com angústia em outras. Outro ponto, é que a aventura não é tranquila, temos os Ectroi – a escuridão, seres que querem tudo destruir – tentando fazer Charles Wallace fracassar na missão.

– Isto é um absurdo. Depois de tudo pelo que passamos, quem diria que eu ia acabar como um centauro, com você permanentemente afixado às minhas costas?
Página 161.

Acredito que um dos motivos que também me ajudou a gostar ainda mais do livro é a pouca participação da Meg, nas resenhas anteriores eu já havia falado o quão a personagem é chata! Mesmo adulta ela continua sendo medrosa com tudo, isso me dá uma agonia! Parece que se ela ver um mosquito ela já vai imaginar em como ele pode acabar matando alguém, é muito irritante! Neste livro ela auxilia Charles Wallace e isso eu gostei, não ficamos sempre em sua visão e assim a leitura flui de uma forma majestosa. Como eu havia reparado no volume dois, eu reforço aqui, os livros não são continuações. São independentes, eles podem ser lidos fora de ordem. Eles usavam alguns termos neste livro que são vistos no segundo, mas pelas descrições já dá para entender o que acontece. Caso tenha curiosidade, pode ler os primeiros – mesmo sendo chatos -, mas o terceiro é ótimo! Sem comparações com os dois primeiros volumes, a evolução da escrita da autora é gritante. Na minha opinião, os primeiros volumes são apenas para você conhecer um pouco mais os personagens.

Vale a pena? Siiimmm!! Quero que todos leiam Um planeta em seu giro veloz, é muito emociante! O livro te fisga do início ao fim e você não irá largá-lo até completar a leitura. Os livros estão sendo lançados pela Editora HarperCollins em capa dura, então não perca a oportunidade e garanta o seu!

Avaliação:
5/5
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