Olá, geeks! Hoje trago a resenha de um dos melhores livros que já li, A Concha Que Rompeu A Pérola. Confesso que o livro possui um tema bem difícil, e me perguntei inúmeras vezes se valia a pena iniciar a leitura ou mesmo se conseguiria terminar, por se tratar de uma cultura que vê mulheres simplesmente como objetos. Após ler muitas resenhas cheguei a conclusão de que deveria tentar, e tive uma grande surpresa.
O livro é ambientado no Afeganistão, e podemos contar com a narrativa de Rahima, uma jovem mulher que vive nos tempos atuais, e sua trisavó, Shekiba, que narra a história no ano de 1900, ambas com uma vida difícil por serem mulheres: não podem estudar, não podem ir ao mercado, não podem sair sozinhas, etc.
Rahima vive com sua família em uma pequena aldeia, sofrendo com a opressão do Talibã, onde o único homem é seu pai, um homem viciado em ópio. Sua mãe, uma mulher que possui 5 filhas mulheres, sofre pressão tanto da sociedade quanto do marido, por não ter dado a sua família a alegria de ter um filho homem. Por conta disso, Rahima acaba sendo transformada em um bacha posh, que é um costume praticado por famílias que quando não possuem um filho homem, uma das mulheres acaba tornando-se o “homem” para poder fazer coisas básicas como trabalhar, ir ao mercado, etc. Assim, a jovem acaba mudando seu nome e suas vestes, experimentando a liberdade de um menino e sendo tratada como um.  Já no ano de 1900 temos Shekiba, que teve uma vida difícil desde os seus primeiros momentos. Aos dois anos, teve parte do rosto desfigurado por ter sofrido um acidente com óleo quente, e não para por aí. Anos mais tarde, perdeu seus irmãos durante uma epidemia, o que fez com que ela e sua família fosse ainda mais criticada, pois apenas uma garota horrenda havia sobrevivido.
Histórias que se entrelaçam apesar dos anos, histórias que se repetem com inúmeras mulheres no Oriente Médio, histórias que mostram o quanto as mulheres ainda sofrem apenas por serem mulheres. Apesar de ser um livro fictício, sabemos que essa ainda é a realidade de muitas jovens por lá, que são obrigadas a casar cedo, sofrem violência e não têm o direito de defesa.  Impossível não se emocionar com os personagens de Nadia Hashimi. Com uma escrita incrível, a autora nos transporta para uma cultura completamente diferente, uma cultura que exige que a mulher seja submissa e mostre obediência aos homens. Mesmo assim, acompanhamos as histórias de mulheres que não pretendem abrir mão de seu destino tão facilmente. É uma história triste e crua, mas vale a pena ser lida. 
Quem aí já leu o livro? O que achou?