Olá, drugues! Como vão? Hoje temos a resenha de um livro que eu queria muito ler por ser considerados um dos clássicos mais polêmicos da literatura, que é Laranja Mecânica.
O livro é narrado pelo jovem Alex, de 15 anos, que é o líder de um grupo de delinquentes que sempre faltam a aula para cometer atrocidades, tais como: estupros, espancamentos, roubos, etc; apenas por diversão. Em uma noite a amizade deles é posta a prova, mas o poder sobe a cabeça dos amigos de Alex, que não aguentam mais suas ordens e acabam por tramar um plano que o fará ir preso. Na tentativa de estuprar uma mulher, ela acaba reagindo e, sem querer, Alex a mata e leva a culpa, já que seus amigos o abandonam.
Apesar de acreditar que não aconteceria nada demais nesta parte, é aí que começa a história de verdade: Ele vai preso, mas representantes do governo querem alguém extremamente violento para um experimento chamado Técnica Ludovico, e Alex acaba por se dispor a faze-lo, pois acredita que será fácil e também sabe que se colaborar com eles, sairá mais rápido da cadeia. E é aí que seus problemas apenas começam.
Ele é submetido a tortura psicológica por dias e elas tem como objetivo mudar a personalidade brutal do nosso protagonista, ou seja, ele assiste a vídeos de estupros coletivos, assassinatos, roubos, etc; para aprender que é errado. O governo o obriga a continuar com o tratamento até o fim, para provar aos demais que é possível mudar a parte sombria de alguém ensinando-o a repudiar atos que vão contra a sociedade. Obviamente isso o afeta de uma maneira brutal e nosso protagonista não poderia sair dali com a mente ilesa, em várias partes podemos ver o quanto ele ficou perturbado com todo o ocorrido, mas há mais coisas além disso.
No livro há toda uma questão de ideologia e não tem como ser o mesmo depois de lê-lo. É terrivelmente assustador, mas há uma beleza nele também. Alex é sombrio, mas um fã nato de Beethoven e músicas clássicas, assim como de cultura.
Outra coisa que é notável é o amadurecimento do personagem, e é sempre incrível ver que o protagonista aprende com os próprios erros. No início vemos um Alex com a mente de um adolescente, mas depois nos deparamos já com um homem feito, que realmente se preocupa com seus atos de antigamente.
A escrita é muito diferente, o autor criou um vocabulário próprio para o livro chamado Nadsat, e isso fica na cabeça. Por exemplo, a palavra “drugue” significa “amigo”, mas há várias outras palavras e termos criados que são bem divertidos. Todas são junções do Inglês com Russo, o que acabou marcando muito Laranja Mecânica. Outro fato importante é que a Editora Aleph explica essas gírias traduzidas e podemos ver que eles realmente tiveram muito cuidado com a tradução para não deixar sem nexo, já que são palavras inventadas pelo próprio Anthony Burgess.
A versão que eu li era a de 50 anos e traz várias curiosidades sobre o livro:
_ Trechos do livro restaurados pelo editor inglês;
_ Notas culturais do editor;
_ Ilustrações exclusivas de Angeli, Dave McKean E Oscar Grillo, eis algumas aqui:
_ Artigos e ensaios escritos pelo autor, inéditos em língua portuguesa;
_ Reprodução de 6 páginas do manuscrito original, com anotações e ilustrações do autor.
Outra coisa legal é que essa edição é com jacket, ou seja, o livro tem uma capa removível. Gostei muito disso e da imagem também, pois ela tem um certo significado para o nosso protagonista.
(Livro com jacket)
(Livro sem jacket)
Então, quem ainda não leu, leia! A edição de 50 anos é maravilha e vale muito a pena comprar, sem falar que quem ainda não conhece a história está perdendo um livro maravilhoso com ótimas críticas, mas prepare seu psicológico, pois ele nunca mais será o mesmo.