Olá, geeks! Como estão?
Hoje trago a resenha de um livro super girl power, Dumplin’.

O livro conta a história de Willowdean Dickson (apelidada pela mãe de Dumplin, em inglês bolinho assado), uma jovem de 16 anos que é acima do peso e sabe disso, mas não se importa nada com esse fato e nem vê por que deveria.


“Sei que as garotas gordas deveriam ter alergia a piscinas, mas eu adoro nadar. Não sou boba: sei que as pessoas ficam encarando, mas não podem me culpar por eu querer dar uma refrescada. E por que isso deveria fazer alguma diferença? Por que ter coxas enormes e cheias de celulite me obriga a pedir desculpas à humanidade?”
Sua melhor amiga chama-se Ellen, uma adolescente simpática e divertida, que possui a típica beleza padrão e isso faz Dumplin’ se sentir menor em muitas coisas, mas a amizade das garotas é linda de acompanhar. As duas se conheceram ainda na infância ao som de Dolly Parton e isso é apenas uma das coisas que as unem, já que são como irmãs.

“Não foi apenas a aparência da Dolly que nos atraiu. Foi  a atitude inspirada na consciência de que as pessoas achavam essa aparência ridícula, mas sem mudar nem um único detalhe, porque se sentia bem em relação a si mesma. Para nós, ela é… invencível.”

Mas, como nem tudo são flores, há um problema: sua mãe, a ex Miss Jovem Flor do Texas, não aceita a filha ser gorda, ainda mais depois da morte de Lucy (tia de Willowdean), uma mulher que sofria de obesidade e veio a falecer devido a um ataque cardíaco. Sua mãe a faz assistir a programas onde garotas tentam perder peso, controla a comida e acredita naquela imagem padrão da mulher: seja magra para conquistar um bom namorado, entre outras coisas, que fazem Dumplin’ se sentir péssima com o corpo que tem, ainda mais sofrendo a pressão por ser filha de uma ex miss.

“Houve ocasiões em que me proibi de fazer coisas importantes. E tudo porque estava com medo de que alguém me olhasse  e decidisse que eu não tinha valor. Mas você não tem que se incomodar com essas bobagens.”


“Não há nada de bom em perder alguém – diz ela. – Mas talvez Lucy não devesse ser sua bússola para sempre. Talvez ela só tenha estado aqui para te orientar por um tempo, até você aprender a ser a sua própria bússola e encontrar o seu caminho no mundo.”  Muitas vezes desacreditando em seu potencial, Willowdean conhece Bo (ou bundinha de pêssego), um garoto atlético desejado por muitas garotas, por quem nossa protagonista acaba sentindo uma certa atração, o que para ela não era uma surpresa, até descobrir que há sentimentos também da parte dele e tudo começa a virar uma bagunça.

“A vida inteira tive um corpo digno de comentários, e se há uma coisa que viver na minha pele me ensinou foi que, se o corpo não é seu, você não tem o direito de dizer nada.”

Pensando como um garoto como ele poderia a querer, acaba enfrentando ondas de insegurança com o próprio corpo, com medo de comentários e dos próprios sentimentos, ela decide participar do concurso Miss Jovem do Texas, cujo sua mãe é a organizadora, para provar a si mesma que não há problema algum em usar um biquíni que não seja tamanho 36. “Se entrar lá e concluir que não é para você, então não volte mais. Mas a oportunidade você tem a obrigação de aproveitar, está me ouvindo?” 

Sabe aquele tipo de livro necessário? Então, Dumplin’ aborda temas como bullying, primeiro amor e virgindade, o que poderia tornar a história um pouco clichê, mas vai muito além disso. Temos uma protagonista que tenta lidar com suas emoções e inseguranças, ao mesmo tempo em que tenta provar que não precisamos estar dentro dos padrões para sermos felizes.

A escrita da Julie Murphy é divertida e a autora nos proporciona momentos de diversão e reflexão, uma das coisas que mais me chamou a atenção no livro, o que me deixa bem animada para ler suas próximas obras.

“Às vezes, descobrir quem você é explica entender que o ser humano é um mosaico de experiências. Eu sou Dumplin’. Will e Willowdean. Gorda. Feliz. Insegura. Corajosa.”


Avaliação

Título: Dumplin’

Autora: Julie Murphy

Editora: Valentina

Páginas: 336

Ano: 2017

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