Como meu post de estréia aqui no Cantinho, escolhi resenhar uma das minhas primeiras leituras de 2018. Rita Lee – Uma Autobiografia foi lançado pela Globo Livros em 2016, com 296 páginas de textos e fotos pessoais da cantora. Adiei bastante a leitura, mas já alerto que não foi por nada negativo. A verdade é que tenho tendência a postergar prazeres e tinha certeza que a leitura deste livro se tornaria um.  
Veja bem, a Rita não é nada amadora. Além de escrever músicas, essa não foi a primeira aventura dela no mundo das letras. Como autora, publicou quatro livros infantis entre os anos 80 e 90. Em 2013 foi a vez do Storynhas, ilustrado por Laerte, com micro-contos baseados em seus posts no twitter. Depois da autobiografia ainda lançou Dropz em 2017, um livro de contos ilustrado por ela mesma, e está se preparando para o lançamento de FavoRita em junho de 2018, com textos e fotos inéditas.
Ou seja, não seria muito difícil me agradar. Além de ela ter um currículo extenso, gosto bastante de autobiografias e já gostava da Rita desde muito novinha. Além do mais, como fã, este livro foi uma das coisas que mais esperei para ler. [E agora que esse item foi riscado da lista, os deuses da literatura autobiográfica podem liberar as cartas e diários da Greta Garbo que vou adorar, obrigada.] Rita Lee – Uma Autobiografia tem uma estrutura muito gostosa, já que é escrito inteiramente em uma espécie de coletânea de crônicas e anedotas da vida da artista. E apesar de não ser temporalmente linear, não causa nenhum tipo de confusão.
A escrita é bastante descontraída e meio desbocada, como era de se esperar da autora. Gostei bastante da maneira como ela se vê, além do mais. Tem ao mesmo tempo um misto de orgulho e insegurança quanto ao próprio talento, mesmo com tanto sucesso para provar que ela está errada. É quase uma conversa, onde ela se propõe a contar acontecimentos através da visão alguém com grande influência no cenário musical nacional, ao mesmo tempo em que abre as portas para os bastidores do que estava acontecendo na vida pessoal durante esses períodos. Com os relatos da Rita você vai poder ver pelos olhos dela um pouco de história também. Como a abertura do Parque do Ibirapuera, a ditadura militar e o exílio de diversos artistas. Vai ler sobre astrologia, drogas, censura, prisão e sobre amor. Tem um pouquinho de tudo ali, partes que formam o todo desta personalidade única, e constroem a história de um dos maiores nomes da música brasileira. Eu sou grata à ela por tanto que aprendi através do que a música dela me expôs. Se hoje eu tenho uma paixão enorme por cinema clássico, pode ter certeza que um pouquinho de Flagra  me levou a isso.


Ok, sei que no fim das contas isso se tornou quase um ode e não uma resenha. Mas é aquela coisa de fã que teve uma oportunidade de se aventurar em detalhes das memórias de alguém a quem sempre admirou. Portanto, não é surpresa que eu finalize dizendo que o livro é recomendadíssimo. Mesmo para quem não conhece o trabalho dela musicalmente, ele está recheado de relatos interessantes, alguns envolvendo inclusive outros grandes ícones da música. Em fevereiro de 2018, aliás, a Biônica Filmes anunciou que fará um filme e uma série com base no livro, que de 2016 para cá já se tornou um best-seller. Deixe a sua opinião também nos comentários!
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