Olá geeks!
Hoje trago a vocês uma resenha para lá de atrasadinha do livro Artífices da Vontade, recebido em parceria com o autor Igor Feijó. O autor é nacional e o livro é de fantasia, o que é uma combinação bem interessante. Venham conferir o que achei! Bom, vamos lá. Primeiramente, só para justificar um pouco o atraso, eu acabei esquecendo que eu tava com esse livro, no meio do corre corre da faculdade e das minhas outras atividades, e eu fui perceber que ele estava atrasado no começo de janeiro, que foi quando retomei a leitura. Depois disso, eu demorei porque achei o livro meio complicado de ler, mas vou esclarecer isso melhor ao longo da postagem. Esta é a sinopse que acompanha o livro:
“Uma temida data marca a chegada de uma força desconhecida que lança sua presença nefasta sobre o mundo. Essa força é chamada de Sombra. A magia está morrendo e o mundo está desacreditado. Seres de fantasia estão aos poucos sendo esquecidos pelo povo. Órgãos secretos são criados pelos governos para proteção… A única chance parece estar nas mãos dos libertos – pessoas capazes de moldar a realidade – em devolver o espírito à humanidade e no meio disso ainda encontrar forças para lutar contra escuridão impedindo que tudo se torne vazio. Mas e se encontrarmos escuridão dentro de nós? Quantos irão querer enxerga-la a ponto de combatê-la?”
O livro é sobre um escritor, chamado Marco, que recebe um pedido de trabalho muito estranho por telefone, de um empregador desconhecido. Marco está um pouco travado e sem inspiração para a escrita, quando um dia do nada ele tem uma espécie de perda de consciência, e quando acorda, percebe umas anotações estranhas em um papel em sua própria caligrafia. Como se não fosse o bastante, o cara começa a sentir que está sendo perseguido por todos os lados, e no desespero de fugir, ele meio que se teleporta de volta para o seu apartamento. Nesse momento, Marco é obrigado a confrontar suas crenças sobre a existência de magia e artefatos místicos. Um amigo, Rafael, então revela que ele faz parte de um grupo de pessoas chamadas de libertos, que conseguem acessar esse poder interior e manipular fenômenos físicos a partir de sua vontade. O problema é que junto com os poderes vêm um monte de inimigos não menos poderosos que estão tentando instaurar o caos. Uma força antiga chamada Sombra está acordando, e quatro libertos são convocados por estranhos para produzir artefatos artísticos que servirão para um ritual que trará um ser maligno para o plano dos humanos. E a última pessoa que ainda não entregou a peça que produziu foi Marco.
Como vocês podem estar percebendo, é uma história bastante fantasiosa, então ela fica mais interessante para quem gosta desse gênero. Na minha leitura, achei que a trama tem muito potencial, inclusive para desenvolver um enredo mais longo, já que o livro tem menos de 300 páginas. O autor trabalha um suspense interessante em alguns momentos do livro e intenta construir junto ao leitor um universo bastante complexo, em que há várias “dimensões” e diferentes tipos de criaturas, etc. O começo do livro é um pouco difícil de digerir. A apresentação do personagem e do conflito inicial é um pouco rápida demais, deixando o ponto de partida do personagem um tanto confuso, embora muitas questões sejam esclarecidas ao longo do livro. A escrita do autor também evolui muito com a progressão dos capítulos, sendo que na primeira parte do livro eu achei a narração um pouco arrastada (embora não muito rica em detalhes), com frases muito longas e poucas “pausas” na redação do texto.
Em alguns momentos também, principalmente nessa parte do livro, me incomodou um pouco as repetições que autor fazia ao descrever uma fala, antes ou após o enunciamento da mesma. Por exemplo, é como se alguém escrevesse: “Joana estava muito confusa, não sabia onde era a farmácia” e a fala seguinte fosse a Joana dizendo “- Estou confusa, você sabe onde é a farmácia?”. Talvez isso não seja algo relevante para a maioria dos leitores, mas como a situação se repete várias vezes ao longo do livro, eu achei um pouco cansativo.
Mas a partir mais ou menos da metade, talvez um pouco antes, a leitura fica bem mais fluída e você consegue entender melhor o que está acontecendo, o que facilita que você vá se conectando com as personagens principais. No entanto, mesmo depois, têm trechos em que o autor está descrevendo coisas/lugares/eventos/seres muito abstratos, e em algumas situações eu tive dificuldade de imaginar o que ele pretendia ilustrar. Por um lado, eu é que preciso desenvolver mais minha criatividade, mas acho que um pouco mais de clareza e uma escolha diferente de palavras talvez tivesse me ajudado um tanto nisso.
A edição é bacana, tem alguns símbolos que (pelo que fiquei sabendo) foram desenhados pelo próprio autor e que aparecem dividindo os capítulos, o que eu achei bem legal. O texto tem alguns errinhos de escrita, tipo palavras faltando letras, palavras com a grafia errada ou utilizadas em contextos em que estas soam estranho. Portanto, a revisão poderia ter sido um pouquinho melhor, mas nada que prejudique muito a leitura. As páginas não são naquele branco muito claro, são meio amareladinhas, o que torna a experiência da leitura mais confortável aos olhos. De modo geral, eu gostei do livro, embora o tema não tenha me capturado de forma intensa, como às vezes acontece. Mas fica aí a recomendação, com as ressalvas já citadas acima, de uma leitura nacional interessante para quem gosta de histórias sombrias e mágicas, que envolvem suspense, amizade e aventura. Título: Artífices da Vontade