Olá geeks, tudo bem? Então, estou trazendo uma resenha meio atrasada do livro A Casa do Lago, da autora Kate Morton. A correria do dia-a-dia de 2017, as festas de fim de ano e a densidade dessa leitura acabaram levando a este atraso, mas sem mais delongas, venham conferir o que eu achei.
Para começar, vamos conhecer o livro com uma breve sinopse. A narrativa acompanha o mistério do desaparecimento de Theo Edevane, o filho mais novo da família Edevane na década de 1930, durante a conturbada e movimentada festa do solstício de verão da família. Sadie, em 2003, é uma investigadora da polícia que acaba de acompanhar um caso traumático de desaparecimento e é obrigada a tomar férias forçadas pelo seu comandante, na casa de campo de seu avô Bertie.
Em uma de suas longas caminhadas com os cachorros de seu avô, Sadie se depara com uma propriedade rural abandonada, ao seu ver bastante intrigante, e acaba tomando conhecimento dos mistérios envolvendo a casa. Incapaz de se desligar totalmente do trabalho, a sua veia investigativa a obriga a mergulhar cada vez mais profundamente nesta história, a colocando em contato com Alice Edevane, uma famosa escritora de suspense já de idade, mas que a época do desaparecimento era apenas uma jovem adolescente habitante da mansão, sendo uma das irmãs mais velhas de Theo. As várias pistas foram se perdendo através do tempo, e Sadie acaba passando mais tempo na biblioteca da cidade, procurando registros antigos e mapas da propriedade, e conversando com idosos estiveram em contato com o ocorrido, como o novato na polícia da época. Enquanto isso, somos apresentados também a vida atual de Alice Edevane, em alguns capítulos, e a eventos passados das pessoas da família Edevane em outros capítulos.
Apesar da proposta interessante, é preciso ressaltar que o grande investimento feito pela autora na descrição das personagens e do cenário acaba se tornando um fator bastante negativo, interferindo na experiência de leitura e tornando-a enfadonha. A riqueza de detalhes em relação a vida de personagens considerados secundários acaba atrapalhando o engajamento na narrativa central e quebrando a construção do suspense em volta do mistério do desaparecimento do bebê Theo.
A narrativa enfoca diferentes pontos de vistas e traz biografias de personagens até da terceira geração da família Edevane, e o amarramento de tantos detalhes acaba ficando meio solto. A obra é bastante dramática e apresenta ambientações interessantíssimas, embora a imersão de fato fique um pouco prejudicada pela lentidão da escrita da autora. O fato de trazer duas linhas do tempo e o ponto de vista de diferentes personagens acaba deixando tudo bastante confuso também. Até quando eu estava descrevendo a sinopse ali a acima vocês podem notar que ficou um pouco confuso, inclusive em função de muita alternância entre enfoques, personagens e épocas diferentes nos capítulos. Eu particularmente demorei muito para ler o livro, mas acredito que ele será agradável a um certo tipo de público. Mas não se fidelize pelo suspense, pois esse sem dúvida é um ponto falho da narrativa. Se você se interessa por dramas familiares complexos e longamente descritos, talvez esse livro seja para você. Enfim, fica aí uma opção para se considerar para o ano novo.