Hoje trago uma entrevista que fiz com a escritora Anna Julia Dannala, que está lançando o livro Moinho de InVento pela Editora Arwen. É um livro de poesias com ilustrações feitas a mão pela própria autora, espero que gostem!
Título: Moinho de InVento Autor: Anna Julia Dannala
Páginas: 176
Escrito e ilustrado à mão pela própria autora, sua linguagem é leve, branda e repleta de metáforas que sustentam a ideia de que devemos nos reinventar a cada momento. Mesmo que haja ventania, tudo tende à calmaria, tudo tende à poesia, tudo tende à brisa.
Moinho de InVento é um livro de poesias otimistas e reflexões singelas sobre a vida. Seus versos sobre sonhos, medos, paixões, saudades, alegrias e esperanças foram inspirados pelo vento; a autora coloca a construção do pensamento em três fases — a lufada, a ventania e a brisa —, do repentino e passageiro ao forte e contínuo, até chegar ao ponto onde tudo se acalma.
Fale um pouco sobre você. Quem é Anna Julia Dannala? Simplificando: Anna Julia Dannala é alguém que quer desesperadamente deixar um pouco de alma no mundo. Alguém que gosta de simplicidade e ternura, do carinho dos animais e de expressar-se em palavras e traços. Quando começou a sentir desejo pela escrita? Foi aos 7 anos de idade, quando comecei a escrever meus primeiros contos. Eu escrevia longos contos de fantasia e enormes redações para que as professoras lessem. Escrevia aos 9 anos à lápis contos de quase 10 páginas! Sempre gostei muito de gramática e da língua portuguesa. Mas o verdadeiro amor pela escrita surgiu aos 10 anos de idade, depois que fiz minha primeira poesia num trabalho escolar, onde eu exaltava nossa pátria, chamada “Brasil nosso encanto”, a partir dessa poesia a inspiração só cresceu e nunca mais parei de escrever. Como veio a ideia para o livro? Bem, em dezembro de 2014 eu comecei a escrever poesias digitais com a caneta do tablet num aplicativo de notas, fui escrevendo e ilustrando e em alguns meses, quando percebi já ter várias poesias nesse estilo, me veio a ideia de juntar várias delas e escrever um livro todo feito a mão. “Isso é loucura!”, pensei. Eu queria escrever algo diferente e fora dos padrões que conhecemos, além de ter me encantando por brincar com palavras e ainda poder “desenhá-las”. Então, como gosto de desafios, pus a mão na massa. Uma das coisas que aprendi com o Moinho: aprendi a lidar com meus medos, principalmente o medo de errar. Coloquei uma meta em que eu teria que atingir pelo menos 150 poesias de uma página cada. Ao chegar a esse número comecei a passar as poesias a limpo para um caderno A4 sem pauta, e fui seguindo. Foi uma longa jornada e quando notei já havia passado todas elas a limpo. Passei a última página a limpo em outubro de 2016. Encontrou muitas dificuldades para publicar o livro? Sim. Pouco antes de terminar de escrever o Moinho comecei a procurar por editoras na internet para ter uma noção de como era o mercado editorial. Mandei todo o material que tinha até o momento no e-mail de quase 20 editoras, 8 aprovaram o livro, mas quando eu disse que queria que ele fosse publicado da forma como ele foi escrito, ou seja, com minha caligrafia e meus desenhos, quase todas recusaram, pois só publicavam livros que seguiam o padrão, digitados em programa de diagramação. Então eu encontrei a Arwen, que abriu as portas para mim e acolheu o Moinho sem questionar o fato de ele ser todo escrito à caneta. Risos! E fizeram um trabalho impecável com a capa. Agora estou aguardando a versão impressa do meu bebê. Quais suas inspirações para escrever? Me inspiro em poetas e romancistas que leio, mas na verdade, eu não sei de onde vem a inspiração, surge de repente, quando vejo já estou escrevendo alguma coisa. Mas grande parte da inspiração vem daquilo que vejo, de detalhes que passam despercebidas, dos livros que leio, dos filmes que assisto, das conversas que escuto, e das pessoas que convivem comigo e também das que observo passar.
No livro, há poemas inspirados em alguém que conhece? Bem, tudo que escrevo vem de algo ou de alguém, talvez alguém encontre ali alguma coisa que lhe lembre de uma conversa, uma saudade, uma risada. As poesias que falam sobre força e luta, por exemplo, são inspiradas numa guerreira chamada Geisa Narcisa, minha avó. Há sempre o pedacinho de alguém nas minhas poesias. Moinho de InVento é sua primeira obra ou há outras? Minha primeira obra publicada foi o Coração Poético, pela editora Iluminatta, em 2014. O Coração Poético é um conjunto de poesias escritas por mim entre os anos de 2010 e 2013, minhas primeiras poesias. Moinho de InVento é meu segundo livro publicado. Mas tenho vários projetos, depois de lançar o Coração Poético comecei o primeiro livro de uma trilogia de fantasia, depois pausei e fui dar atenção ao Moinho e ao Guarda-chuva vermelho, um drama/romance que escrevi simultaneamente com o Moinho e ainda não finalizei, pretendo que seja esse meu terceiro livro publicado, provavelmente no final desse ano. Além desses, tenho mais uns 4 projetos entre fantasia, suspense e drama. Risos! 😀
Qual dica você daria para autores iniciantes?
Sigam adiante sem olhar para os lados ou para trás, escrever é uma tarefa difícil e que precisa de duas coisas: foco e fé. Acredite em si mesmo. Não importa o que digam ou o que pensem, nunca deixem de sonhar. Os sonhadores podem mudar o mundo. Enfrentem tudo e sigam em frente, sejam leves porque somos breves e acima de tudo, sejam fortes.